MULHERES LÍDERES

NÚMERO RECORDE DE MULHERES LÍDERES

Ultrapassando a barreira de gênero

One of the most dramatic findings of our study was that women were involved in starting 62% of the 100 sites surveyed in Argentina, Brazil, Colombia, and Mexico. Many of these ventures had mixed teams of founders.

Um dos resultados mais dignos de nota do nosso estudo foi que as mulheres estão envolvidas na criação de 62% dos 100 sites pesquisados na Argentina, Brasil, Colômbia e México. Muitos desses empreendimentos têm equipes mistas de fundadores. Quando somados todos os fundadores, 40% do total são mulheres.

Este resultado é coerente com o número de mulheres fundadoras representadas no diretório da SembraMedia. Quando analisamos o diretório com mais de 600 nativos digitais dos países de língua espanhola, novamente identificamos que 40% dos fundadores são mulheres.

Esta constatação sugere que as mulheres estão tirando proveito das baixas barreiras de entradas nas startups de mídia para contornar as barreiras de gênero da mídia tradicional e construir suas próprias empresas de mídia.

Não há como exagerar no significado desse cenário, dada a cultura altamente patriarcal da América Latina e os números deploráveis de mulheres proprietárias de empresas na mídia tradicional.    

Em um estudo de 2014 sobre a posse de meios de comunicação no México, Aimée Vega Montiel da Universidade Autónoma descobriu que menos de 1% dos proprietários de canais de TV eram mulheres e que nenhum dos jornais do país tinha uma mulher dentre os seus proprietários. (Leia a pesquisa completa em PDF)

As mulheres também estão desempenhando um papel significativo nas equipes executiva e de gestão desses meios nativos digitais.

Apesar de o nome dos cargos variar dentre os 100 empreendimentos estudados, nossos pesquisadores identificaram mulheres em cargos de direção em 57 deles.

Depois de trabalhar com centenas de empreendedores de mídia digital, há uma considerável evidência empírica de que organizações de mídia lideradas por mulheres são mais cooperativas, mais passíveis de formarem parcerias e compartilhar recursos, e elas também estão produzindo algumas das mais importantes coberturas em comunidades desfavorecidas.

É também digno de nota que mulheres parecem ser mais propensas a trabalhar como cofundadoras quando começam um empreendimento de mídia. Nós não nos programamos para estudar organizações comandadas por mulheres, o que torna difícil de medir efetivamente sua influência no tipo de histórias que elas produzem ou como sua participação impacta na sustentabilidade, mas acreditamos que este resultado sobre o número relativamente alto número de mulheres em posições de liderança na mídia digital latino-americana é significativo e justifica estudos mais aprofundados.

Estudo de caso: Economía Femini(s)ta

As fundadoras do site Economía Femini(s)ta, Mercedes D’Alessandro e Magalí Brosio, são ambas economistas, uma profissão que historicamente tem atraído algumas poucas mulheres importantes.

Desde que elas lançaram o site, em 2015, seus estudos sobre mulheres na economia argentina têm atraído atenção nacional e internacional, incluindo The Guardian e Monocle.

Na nossa entrevista, elas disseram que queriam que o site iniciasse um diálogo sobre economia com as mulheres, e que o seu trabalho começou a atrair atenção pra valer quando publicaram um artigo com o título: “Mulheres ganham menos que os homens em todo o planeta, e sua mãe também”. Essa reportagem foi replicada por vários outros veículos de mídia, incluindo Página 12, The Bubble e UNO.

Além disso, o Orçamento Público da Argentina cita várias reportagens do site Economía Femini(s)ta.

O Ministério da Economia, em suas redes sociais e site, também citou seus artigos sobre diferença salarial e barreiras de gênero.

Depois de vender duas edições de seu livro, Economía Femini(s)ta, elas começaram a monetizar sua jovem startup com webinars. Desde então, elas têm colaborado com outros veículos de mídia, como Media Chicas e Chequeado, para realizar eventos de treinamento.

As fundadoras dizem que seu objetivo é ampliar a conscientização acerca de questões econômicas, educar a população e conectar pessoas que podem mudar as coisas. Nesse sentido, elas fizeram um estudo sobre gravidez na adolescência na Argentina com uma análise estatística que mostrou que a maioria das mães adolescentes abandonaram os estudos, em parte porque não há escolas de ensino médio com creches. Esse estudo ajudou a chamar atenção para o fato de que a deficiência na formação escolar dessas mães adolescentes se converte em um grande obstáculo para o seu sucesso no mercado de trabalho.

Economía Femini(s)ta

Share This