INOVAÇAO

EMPREENDEDORISMO DIGITAL AMPLIA FRONTEIRAS

Seja treinando jornalistas cidadãos ou ajudando universidades a compartilharem suas pesquisas para além dos muros, os empreendedores de mídia digital estão engajando audiências e criando novos modelos de receita.

Recursos limitados tornam a inovação essencial

Many of the innovative ideas that we discovered in this study were fueled by a combination of the need to solve problems creatively, a desire to develop new revenue streams, and the closeness of these journalists to the audiences they serve.

Alguns exemplos de projetos inovadores dos meios nativos digitais da América Latina

(Colombia) La Silla Vacía criou tanto uma nova oportunidade de patrocínio quanto um espaço de debate público quando lançou uma coleção de fóruns online e convidou 50 especialistas para postar sobre temas de interesse, incluindo liderança, educação, inovação e direitos das mulheres.

Batizado com uma variação de seu nome, La Silla Llena: La Red de Voces Informadas (A Cadeira Cheia: A Rede de Vozes Informadas), tem fóruns cuidadosamente moderados, cada um deles oferecendo uma oportunidade única de patrocínio e um lugar para o debate informado.

Apoiando-se na reputação de líderes intelectuais em seu país, a fundadora Juanita León e sua equipe também obtiveram sucesso com uma seção do site onde são vendidos artigos acadêmicos, pesquisas patrocinadas, livros e publicações em série. Chamada de The IQ, esta seção é patrocinada por universidades e ONGs.

(Brasil) Volt Data Lab é especializado em tornar bancos de dados governamentais mais acessíveis para o público em formatos que aumentam a conscientização da população e a participação da comunidade.

(Colombia) Mprende publica informação sobre inovação e empreendedorismo  e criou alianças com 50 universidades para divulgar cursos e eventos.

(Colombia) Mprende publica informação sobre inovação e empreendedorismo  e criou alianças com 50 universidades para divulgar cursos e eventos.

 

Asi como suena podcast(Mexico) Así Como Suena produz audiodocumentários sobre política. O projeto tinha acabado de ser lançado no mercado quando começamos este estudo, no fim de 2016, mas já tinha ou havia desenvolvido um acordo de republicação de conteúdo com outros veículos de mídia do país.

(Argentina) El Meme criou uma parceria com Chicas Poderosas Argentina e Ñoño Productions para criar a primeira cobertura eleitoral em realidade virtual em 2015, incluindo transmissão em tempo real de vídeos 360º nas redes sociais.

(Argentina) Cosecha Roja realiza um programa de treinamento em jornalismo para cidadãos financiado por uma bolsa da Open Society Foundation.

Eles focam em comunidades desfavorecidas, produzindo histórias sobre direitos humanos, mulheres e comunidades LGBTIQ. Os artigos produzidos em seus seminários são publicados no site, assim como nas publicações locais dos participantes.

Empreendedor usa crowd-voicing para substituir áudio computacional

LinguooLinguoo da Argentina, é um serviço de notícias em áudio que usa crowd-voicing para produzir conteúdo noticioso para cegos lido por humanos ao invés de robôs.

Emanuel Vilte criou o serviço quando sua mãe perdeu a visão, e agora o projeto já soma mais de 150 mil artigos e posts de blog lidos em Espanhol e Inglês por uma rede global de voluntários, muitos dos quais leem seus próprios blogs ou outro tipo de conteúdo.

A aplicação móvel facilita a escuta dos arquivos de áudio offline e oferece recomendações baseadas nos hábitos do ouvinte.

Com mais de 100 mil usuários, o modelo de negócios do Linguoo inclui assinaturas e publicidade, bem como parcerias com empresas de telecomunicação.

Esta abordagem inovadora levou Vilte a receber vários prêmios.  

Memórias roubadas: Uma colaboração transfronteiras para resgatar a história e frustrar a lavagem de dinheiro

Por séculos, bens culturais têm sido saqueados da América Latina e vendidos para museus e galerias, majoritariamente na Europa e nos Estados Unidos. Nos últimos anos, comprar e vender esses bens tornou-se uma forma popular de lavar dinheiro.

Determinados a cessar o tráfico ilícito de arte, jornalistas do Ojo Público, um premiado projeto jornalístico nativo digital do Peru, desenvolveram o projeto Memoria Robada em 2016.

Contactando amigos e colegas de outros sites da região, Ojo Público firmou parcerias com repórteres do Plaza Pública, um nativo digital da Guatemala, La Nación, um jornal diário da Costa Rica, e dois sites analisados neste estudo: Chequeado, da Argentina, e Animal Político, do México.

“O projeto começou com uma série de pedidos de acessos a documentos públicos com foco em artefatos do Peru, mas logo ficou claro que para rastrear o tráfico de objetos de arte roubados seria necessário um time internacional”, disse  Fabiola Torres, cofundadora e editora de Ojo Público.

Para desenvolver o banco de dados massivo que integra a parte central do site Memoria Robada, a equipe fez o requerimento de centenas de documentos públicos e passou meses inspecionando dados, imagens, vídeos e entrevistas.

As histórias presentes no site Memoria Robada incluem o tráfico de arte feito por políticos de Buenos Aires, traficantes de drogas na Guatemala e diplomatas na Costa Rica e no Peru. Trabalhar com parceiros espalhados por cinco países ajudou estes jornalistas a juntar as peças dessas histórias complexas e a revelar como o mercado internacional de arte facilita a venda de objetos de arte roubados de templos, museus e coleções particulares.

Memoria Robada é a primeira base de dados internacional de bens culturais roubados em todo o mundo que é atualizada e acessível ao público, disse Torres. Diferentemente das bases de dados comerciais usadas por agentes do mercado de arte, Memoria Robada é gratuita.

A complexa base de dados e o site interativo que formam a base jornalística desse projeto foram desenvolvidos pelo time de programação de Ojo Público. Usuários do site podem pesquisar informações de uma variedade de fontes, incluindo 39 mil obras de arte roubadas de 132 países que foram denunciadas à Interpol, e também relatórios de ministérios da cultura e promotores no Peru, Guatemala, Costa Rica, México e Argentina. Estes relatórios foram coletados pelos jornalistas, que fizeram milhares de pedidos de acesso à informação pública.  

O projeto Memoria Robada se tornou possível, em parte, graças ao suporte financeiro da International Women’s Media Fund e do Fund for Investigative Journalism.

Ojo Público é um laboratório de inovação, mas isso não quer dizer que nós abandonamos as melhores práticas do jornalismo tradicional. Usar a tecnologia eleva o nível de exigência e nos ajuda a estabelecer padrões ainda mais rigorosos para o nosso trabalho. Nossa equipe inclui repórteres investigativos experientes, bem como programadores. E os jovens jornalistas que estão começando suas carreiras conosco estão encarando com naturalidade combinar tecnologia e rigorosas técnicas de reportagem. Nosso objetivo é desenvolver um modelo com a cara do século XXI que transcenda a reportagem impressa tradicional para oferecer uma maneira mais interativa e responsiva de entregar notícias para a nossa audiência.”

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